segunda-feira, 23 de julho de 2018

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sexta-feira, 20 de julho de 2018

"Você não precisa de Religião para ter senso de Moral.
Se você não consegue distinguir o Certo do Errado,
então lhe falta Caráter e não Religião."

Você é uma pessoa boa?
E se Deus não estivesse olhando, você seria?
Devo começar este texto deixando bem claro algumas coisas:
Primeiro, eu acredito em Deus. Minha ideia de Deus pode não ser a mesma que a de todo mundo, mas eu acredito em Deus.
Segundo, este texto serve tanto para aqueles que acreditam em Deus quanto os que não acreditam.
Terceiro, este texto não tem por objetivo ser contra religiões, insultá-las ou pregar o ateísmo.
Repito: nem eu, nem este blog, nem este texto são contra qualquer religião. Com isso entendido, vamos em frente.
Há muito tempo observo que as pessoas seguem o que é “certo” e “errado” a partir de conceitos religiosos.
O conceito de pecado faz as vezes de juiz moral de muita gente – se considerarmos o Brasil, de acordo com o Censo de 2010, 64,6% se dizem católicos e 22,2% são protestantes. Teoricamente, poderíamos inferir que 86,8% tem o conceito de pecado em suas referências.

Pecado
Isso em si não é um problema. O problema é quando isso é tudo que essas pessoas (ou de qualquer outra religião, claro) pensam, quando não conseguem (ou não se permitem) ver além da lógica do “pecado” e acham que só é possível ter moralidade dentro de uma religião.
Se você precisa de regras e um senso de lógica punitiva externa a você para não prejudicar alguém sabendo que está prejudicando, algo está errado.

“Rodrigo, é impossível eu ter um senso de moralidade sem uma religião.”
Permita-me discordar.
Mas antes, vamos fazer uma brincadeira de lógica:
Lógica.
Lógica.
Se você segue uma religião que define o que é “bem” e o que é “mal“, e explica como fazermos para seguir o “bem“, essa religião espera de você que siga essa “lei“.
Geralmente, se você não seguir, há uma punição. Pode ser o purgatório, o inferno, a ira de Deus, o capitoro puxar seu pé no meio da noite ou até mesmo conceitos como o Karma e a Lei Tríplice, que dizem que, mais cedo ou mais tarde, você irá pagar.
Ou seja, aqui temos Deus – ou anjos, ou demônios, ou forças universais – como um policial que irá te punir caso você saia da linha. E o que você faz? Evita ao máximo sair da linha, claro! Assim, se você faz o “bem”, você é uma pessoa “boa”, e tudo está certo. Além de tudo, sua bondade é recompensada com o paraíso ou equivalentes. Ótimo, não?
Mais ou menos – muitas religiões falam que a bondade é algo que deve ser natural e instrínseco a você. Se você está fazendo isso por obrigação, não está sendo sincero(a). Não há devoção sincera na sua bondade, e por consequência na sua fé. Os mais religiosos devem reconhecer versículos como este:
“E você, meu filho Salomão, reconheça o Deus de seu pai, e sirva-o de todo o coração e espontaneamente, pois o Senhor sonda todos os corações e conhece a motivação dos pensamentos. Se você o buscar, o encontrará, mas, se você o abandonar, ele o rejeitará para sempre.” 1 Crônicas 28:9
“De todo o coração e espontaneamente.” Resumindo, se você só é bom por ser obrigado, você não é verdadeiramente bom.
Um código moral forçado pode levar a efeitos moralmente desejáveis, mas se a moral ou intenção é algo maior que a ação, o medo da punição torna sua bondade nulaA coerção para fazer algo não quer dizer que você tenha vontade verdadeira de fazê-la.
Zeus punindo uma galera.
Zeus punindo uma galera.
“Mas para todos os efeitos, isso não é bom?”
Mais ou menos. Ainda que sirva para um certo controle “positivo”, educando moralmente as pessoas na falta de outras referências, a mentalidade da obrigação pode trazer outros aspectos não tão positivos, e até uma fé cega, especialmente porque o que uma religião às vezes vê com “bom” ou “ruim” nem sempre é o que outras pessoas e outras religiões acham.
Deixar uma pessoa morrer é ruim, mas e quando a justificativa é a própria religião? Isso, para mim, é longe de algo moralmente positivo.
“Rodrigo, você está dizendo então que os religiosos só são pessoas boas porque são obrigados a ser?”
Não!
Repito: NÃO! E não preciso ir muito longe para descobrir que não é nada disso. Ou você acha que as pessoas só não saem matando todos seus desafetos apenas por religiosidade?
“Não, elas não matam pessoas também porque a lei não permite.”
Arrá! Que bom que chegamos aqui.
Primeiro, temos que considerar até que ponto as leis tem efeito. Afinal, a questão aqui é bem maior e envolve mais do que uma lei. Educação e um senso de moralidade fazem diferença. Se apenas a lei bastasse para gerar moralidade, não haveriam pessoas quebrando a lei.
Existem regras sociais, sim, mas considere que para efeitos gerais, a média de pessoas só é atingida por restrições mais básicas de leis sociais. Quando temos pequenas coisas que não afetam ninguém diretamente, é muito mais fácil quebrar a lei.
Pense em “furar” um semáforo vermelho ou parar com seu carro na faixa de pedestres, ou parar seu carro em fila dupla. Muitas vezes, você está quebrando a lei, ainda que nem sempre esteja claramente atrapalhando alguém. Nós sabemos que existem essas leis, mas muitas vezes agimos fora delas porque é conveniente, e sabemos também que muitas vezes não seremos prejudicados.
Agora pense na dificuldade que há por trás de fazer campanhas publicitárias efetivas sobre o trânsito consciente, quando há uma mentalidade dominante de que você só está obedecendo uma regra para “não ser pego“. Observe como as mais recentes usam argumentos muito mais sentimentais.
O oposto também é real: não posso esperar do meu governo uma recompensa por não matar, por não usar meu carro nos dias de rodízio ou por pagar minhas contas. Eu estou cumprindo um dever, ainda que não goste disso. E isso não me faz “bom“. No máximo, me faz “certo“, dentro de parâmetros bem específicos.
Um texto já famoso de David Wong apresenta a teoria da Monkeysphere (“Macacosfera”), que merece uma leitura própria. Em poucas palavras, ela fala sobre nossa incapacidade de sentir empatia para aqueles que estão fora do nosso círculo social, ou daqueles que não reconheçamos. Ou seja, se uma pessoa enganasse o imposto de renda, estaria ferrando “O Governo”, que é geralmente visto como um grande grupo sem rosto. Essa mesma pessoa dificilmente roubaria seu vizinho, por reconhecer nele uma pessoa.
O ponto disso é empatia.
Um estudioso identificou empatia em chimpanzés e bonobos, nossos parentes primatas mais próximos, e ainda que isso não resuma moralidade, não deixa de ser um ponto interessante, indicando que empatia é algo intrínseco – você sabe quando está prejudicando alguém. Exceto se você for um psicopata, claro. É parte de nós reconhecer nossos semelhantes e ter empatia deles.
Essa é a cara da empatia.
Essa é a cara da empatia.
Se nós temos a percepção inata de quando somos legais com os outros, já não podemos partir daí para ter moralidade, sem depender de uma religião?
Mas voltando ao ponto de “matar” e outros pecados/crimes mais graves em relação às religiões, temos alguns dados interessantes:
Pesquisas apontam uma grande maioria de criminosos religiosos em prisões. Os números variam de acordo com estudos, mas usando os números fornecidos como um intervalo de dados temos entre 0,2% e 10,8% de ateus presos. Ou seja, entre 89,2% e 99,8% de pessoas que cometeram crimes graves o suficiente para serem presas teriam uma religião, e isso não foi o suficiente para aplicar nelas uma moralidade forte o suficiente. (Referências no fim deste post)
Os países considerados mais pacíficos do mundo também são países com grandes populações de ateus.
Note que não estou dizendo que a religião causa violência, crime ou falta de moralidade, ok? Meu ponto aqui é outro.
O ponto é: isto é evidência que há como ter um senso de moralidade sem ter uma religião.
“Ok, Rodrigo, mas o que você sugere, então?”
É simples: não seja cuzão. Não seja uma pessoa ruim. Não prejudique as pessoas.
Como diria o Wil Wheaton, Don’t be a Dick.
Ruim” é um termo vago, mas “prejudicar” é algo difícil de não saber diferenciar. Se você causa dor física, mental ou emocional a alguém, você geralmente está prejudicando essa pessoa.
As leis e religiões, em geral, são um ótimo direcionamento para muitas decisões, mas elas podem ser frias, cruéis ou simplesmente imprecisas e abertas à interpretação para muitas coisas, e é aí que as pessoas que fazem coisas loucas em nome delas tem seus piores momentos.
Um grande feito que religiões tiveram, através dos tempos, foi organizar idéias muito bem. E uma ideia que é comum, básica a muitos grupos é o Amor, com A maiúsculo, e a Paz, com P maiúsculo. De fato, pesquisas dizem que a porcentagem de pessoas que acreditam no inferno em um país consegue predizer até mesmo a taxa de criminalidade e outros fatores sócio-econômicos.
Outro estudo mostra que a crença de inferno também influencia economistas e muitas vezes seria a única coisa separando eles de cometerem loucuras financeiras imensas. Eu queria estar brincando, mas é a mais pura verdade.
O que, muitas vezes, pessoas religiosas esquecem, é que tudo mais que lêem de seus livros sagrados ou ensinamentos antigos devia ser lido à luz dessas mesmas noções de Amor que pregam.
Mais amor, gente ;)
Mais amor, gente 😉
Aquilo que é principal para lembrarmos é que nem todo mundo vive no mesmo mundinho (Macacosfera), e que muitas vezes “certo” e “errado”, “bom” e “mau” não são conceitos muito claros.
Então, você não precisa ser legal simplesmente para evitar ir ao inferno ou ser preso. Seja legal porque é legal ser legal. Seja legal se você quer que as pessoas sejam legais com você. Não é muito difícil, e você não precisa de nenhum livro para te explicar como isso funciona.
Não se esqueça também que moralidade é algo que se ensina. Então dar o exemplo é sempre legal para aqueles que estão ao seu redor.